André Dahmer, 2021.
“Pare de fotografar qualquer merda”, Serigrafia sobre tela, 42 x 52 cm.
A imprensa satírica surge na Revolução Francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: foi nela que, nos artigos 10 e 11, se estabeleceu a liberdade de expressão e opinião. Desde então, os “Dessinateurs de Presse” – ou Cartunistas como chamamos no Brasil – criaram uma longa história com a política e com as artes. Aqui no Brasil, Henfil, Angeli, Chico Caruso, Laerte e os ilustres ancestrais Manuel Araújo de Porto-Alegre, Angelo Agostini e J. Carlos – com ANDRÉ DAHMER – fazem parte, entre outros, desse enorme grupo internacional de artistas que atingem diariamente com humor e arte gráfica milhões de pessoas. Seja nas tiras mundialmente famosas da The New Yorker, no extraordinário trabalho de Charlie Hebdo e Le Canard Enchainé, na italiana La Carrozza, ou nas revistas e semanários de todo o Brasil.
ANDRÉ DAHMER nasceu em 1974 em Botafogo, Rio de Janeiro, e é artista visual, poeta e quadrinista. Foi ele quem criou a série de histórias em quadrinhos Malvados, os Quadrinhos dos anos 10 e a Vida e obra de Terêncio Horto. Também foi vencedor de cinco prêmios HQmix e um troféu Jabuti, publicando com sucesso tiras diárias nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.
Mas é o artista que queremos enfatizar aqui. Em sua primeira exposição na Galeria Silvia Cintra ANDRÉ DAHMER nos mostrou cartoons (todos em edições únicas) que são um deleite e uma agradável surpresa em uma Galeria de Arte. Expôs também um conjunto de pinturas muito interessante, cujo tema é o mundo virtual. Lá, DAHMER apresenta comentários precisos que unem poesia, ironia e alguma esperança sobre internet, arte, redes sociais contemporâneas e nossa bizarra realidade atual. O quadro “Pare de fotografar…” nos lembra alguns trabalhos de Augusto de Campos – que, aliás, tem uma parceria prolífica com a galerista paulistana Luciana Brito, assim como ANDRÉ tem agora com Juliana Cintra no Rio de Janeiro.
Todo colecionador deveria ter um artista/poeta/cartunista como ANDRÉ DAHMER.
André Dahmer, 2021.
“Deus nos abandonou”, tinta sobre papel, 20 x 20 cm (simples).